Era, não era
Andava lavrando,
Estava de noite
Das trevas,
o Sol raiando
Sentado de pé,
num banco de pau,
feito de pedra
Um jovem ancião
Bondoso e mau
a ler um jornal sem letras,
à luz de uma vela apagada,
calado assim dizia:
"A terra é uma bola,
Uma bola quadrada
E o pobre do Fernando,
como aquele caracol,
que sobe tăo depressa,
por aquela parede abaixo,
no seu jeito mole
Bateu-lhe a desafornuada fortuna
e o bem-afortunado azar,
Quando e antes do nascimento,
sempre e nunca mais
Seu pai era morto,
Sua mãe por nascer.
Que havia o moço de fazer?
Deitou os bois ás costas,
Pôs o arado a correr.
Quis saltar o valado,
Saltou um arado.
Se não era cão
Mordia-lhe um cajado.
Entrou numa horta,
Viu um pessegueiro
Carregado de maçãs,
Tirou-lhe avelãs.
Veio o dono dos pepinos:
- Ó ladrão dos meus marmelos!
Atirou-lhe uma pedra,
Acertou-lhe num artelho,
Escorreu-lhe o sangue
Até ao joelho."
E o jovem ancião assim concluiu:
VIVA O PIPISMO!
URRA! URRA! URRA! U...
1 comentário:
mas que pláno é este, meu?
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