Faleceu o nosso camarada Ogílvio, por motivo de doença prolongada. Ogílvio morre esquecido, sem amigos, família, alguém que o compreendesse na crença que seguia e sobre a qual jamais se pronunciou. Ogílvio converteu-se ao Pipismo no leito da morte, enquanto se debatia, incansável, no suspiro final da enfermidade que o ceifou. A vida, essa quimérica, senil meia maratona de velhos no estretor da razão, foi injusta para Ogílvio. Ogílvio nasceu pobre e anónimo em data incerta, morreu pobre e anónimo em data incerta. A breve passagem de Ogílvio pelo sanatório falido e bolorento a que chamamos sociedade foi sublime e imperceptível, instantaneamente redutível à ignorância natural que é a inexistência.
Ogílvio é hoje um ícone do Pipismo. Ofereçamos um lugar na nossa memória a Ogílvio, e sigamos o seu magnânime exemplo.
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